O PECEC (Processo de Estatização da Campanha em Curso)
“Não queremos partidarizar a campanha”, disse José Sócrates.
Pois não. Querem estatizá-la.
Se participar em acções pelo “sim” é um direito de qualquer eleito, já as declarações de Maria José Morgado sobre o nexo entre corrupção e aborto clandestino parecem bastante mais cinzentas. Para todos os efeitos, o poder judicial tomou posição num referendo que divide profundamente os portugueses. É certo que o Procurador-Geral da República veio esclarecer, entretanto, que a sua adjunta se pronunciara na qualidade de cidadã e jurista, mas ninguém ficou muito convencido. Afinal, qual é a autoridade da cidadã Maria José Morgado para falar de corrupção?
Mais grave, porém (a ser verdade a denúncia do líder do CDS, José Ribeiro e Castro), é o ofício emitido pela Direcção Regional de Saúde de Faro a aconselhar o voto no “sim”aos seus funcionários. Trata-se não só de usar a máquina do Estado para fazer campanha, mas de pura e simples coacção profissional. Ainda ninguém desmentiu o caso. E era bom que o Ministro da Saúde, tão loquaz em matérias conexas, viesse tranquilizar-nos.
O que é que se segue? Pedirem-nos uma fotocópia da cruzinha no “sim” para tirar a senha na repartição?
Pedro Picoito 23 de Janeiro de 2007
No Assim NÃO.
Pois não. Querem estatizá-la.
Se participar em acções pelo “sim” é um direito de qualquer eleito, já as declarações de Maria José Morgado sobre o nexo entre corrupção e aborto clandestino parecem bastante mais cinzentas. Para todos os efeitos, o poder judicial tomou posição num referendo que divide profundamente os portugueses. É certo que o Procurador-Geral da República veio esclarecer, entretanto, que a sua adjunta se pronunciara na qualidade de cidadã e jurista, mas ninguém ficou muito convencido. Afinal, qual é a autoridade da cidadã Maria José Morgado para falar de corrupção?
Mais grave, porém (a ser verdade a denúncia do líder do CDS, José Ribeiro e Castro), é o ofício emitido pela Direcção Regional de Saúde de Faro a aconselhar o voto no “sim”aos seus funcionários. Trata-se não só de usar a máquina do Estado para fazer campanha, mas de pura e simples coacção profissional. Ainda ninguém desmentiu o caso. E era bom que o Ministro da Saúde, tão loquaz em matérias conexas, viesse tranquilizar-nos.
O que é que se segue? Pedirem-nos uma fotocópia da cruzinha no “sim” para tirar a senha na repartição?
Pedro Picoito 23 de Janeiro de 2007
No Assim NÃO.
2 Comments:
Mais do que a questão da vida, para mim, há a questão do Gato por lebre.
Diogo Freitas do Amaral e Rosário Carneiro, respectivamente ex-Ministro e deputada do PS, propuseram o fim dos julgamentos e das penas para TODAS as mulheres que realizassem um aborto, em TODAS as circunstância, em TODAS as semanas de gravidez. Se a lei actual, com essa alteração, for cumprida, temos em Portugal abortos pelos mesmos motivos do que em Espanha e acaba-se com as prisões e os abortos clandestinos, duma só vez, com as vantagens de haver apoio e acompanhamento às mulheres que queiram abortar, e sempre que possível aos seus companheiros. O PS, o BLOCO DE ESQUERDA e o PCP nunca quiseram essa solução. Porquê? Agora gritam bem alto pela despenalização que nunca quiseram, pois sabem bem que o que está em jogo é a liberalização!
As mulheres merecem bem melhor e diferente do que o direito a irem a uma clínica privada fazer um aborto, ao seu próprio custo. Pelo menos haja um psicólogo que as acompanhe. A mulher é a PRIMEIRA VÍTIMA da sociedade. Um aborto não se faz de ânimo leve. E o pai da criança sempre que possível, deve ter os seus direitos salvaguardados.
O adultério passa a ser motivo para um aborto, sem conhecimento do marido. Qualquer adolescente, digamos de 16 anos, necessita da assinatura dos pais para ir a um passeio da escola, mas poderá fazer um aborto sem contar aos pais.
Há o outro lado da medalha, que são as mulheres que apesar de terem uma gravidez inesperada, depois querem ter o filho mas não têm dinheiro para o criar. A única alternativa que lhes damos com este Sim é o aborto. Que haja alguém que receba a mulher, e lhe dê uma alternativa, apoio humano, financeiro e médico (Na Alemanha, depois da liberalização do aborto, agora o Estado oferece 25 mil euros e quem tiver um filho...).
Concorda com a despenalização do aborto, em toda e qualquer semana, pelos motivos que estão actualmente na lei?
Sim, sem restrições nem prazos.
Concorda com a despenalização do aborto, sendo este gratuito no Serviço Nacional de Saúde, e sendo a mulher (e o homem sempre que possível) acompanhada devidamente?
Sim, sem dúvida alguma.
Mas o que está em referendo é:
- Concorda que a realização de um aborto, se realizado até às 10 semanas, deva ser legal sem apresentação de um motivo, sem acompanhamento à grávida, numa clínica privada, do seu próprio bolso?
A isto eu digo não.
Repare, as pessoas que votam Não, não o fazem por serem más pessoas, fazem-no por quererem uma lei mais justa para todos. Para que não se vote gato por lebre. Não queremos que o Estado fuja à sua responsabilidade em ajudar as pessoas de forma séria.
Esta pergunta é enganadora e despenaliza, isso sim, as parteiras ilegais, os médicos cúmplices do aborto clandestino, que integrarão o negócio das clínicas privadas, que viverá do sofrimento das mulheres. Onde estão as vozes amigas das mulheres afinal? Do lado do Sim? Deste sim?
Afinal e ao contrário do que defende D.Carlos Azevedo, os do não estão a transformar esta questão numa autentica cruzada.´São resquícios do maniqueismo que continua em muitas consciências mal formadas teológicamente. È pena. É na consciência de cada um que Deus fala, mesmo que não O entendamos. Era bem melhor que se transformasse este tempo num Kairós e não num cronos.
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